segunda-feira, 12 de maio de 2014

Comunhão Total - Entre o Céu e a Terra


COMUNHÃO TOTAL - ENTRE O CÉU E A TERRA ( Contos de Paz )
Por Juliano Paz Dornelles

O Guerreiro resolveu consultar o Caboclo a fim de saber o que estava acontecendo. Sabia estar no caminho certo na grande maioria do tempo. Mas em alguns momentos, algo lhe chamava ao passado. Contudo, a missão assumida pelo guerreiro consiste em ir pra frente. Em direção ao futuro o qual idealiza. Construindo a realidade como seus ancestrais Mestres Construtores fazem desde sempre.

Tomando um café, em uma manhã de segunda-feira, conversavam com os espíritos da terra. O Caboclo contou ao Guerreiro que sua determinação incomodava algumas pessoas próximas. Principalmente no ambiente profissional. Alguém queria derrubá-lo. Forças Wiccas orando a um 'Santo Católico Humano Marrom'.

Apesar desta surpresa, o Guerreiro e o Caboclo, ao chamarem tais entidades à conversa, descobriram que, no fundo, ambas se mostravam apreensivas. E assumiriam o compromisso de lutar ao lado do Guerreiro. Sendo que o tal 'Santo Marrom' se encontrou 'Branco' no próprio Guerreiro. Conforme revelou o Caboclo.

Mas o que havia acontecido. Perguntou o Guerreiro. Há mais ou menos dez anos, na passagem do Guerreiro pela Guerra, em uma experiência como General Cavaleiro de Cristo, as mesmas pessoas se sentiam incomodadas. Não entendiam porque o 'Menino' se encontrava 'Montado sobre si Mesmo', como 'Guerreiro, Cavalo e Cavaleiro Branco' ao mesmo tempo. E que naquela ocasião também tentaram derrubá-lo. Contudo, o Guerreiro permanece em pé até hoje.

O relato do Caboclo fez lembrar uma passagem de um longo tempo pelo inferno. Na qual o guerreiro, ao esvaziar-se e desdobrar-se em vários entes, teve de levantar o cavalo nas costas para se tornar um novamente. Fazendo  algo semelhante com os demônios e espíritos infernais que o perseguiam. Tratando-os e ajudando-os a se tornarem espíritos de luz.

A tentativa de levar-lhe foi feita da seguinte maneira. Mostraram-se alguns espíritos do lado externo. Imitando as entidades que foram vistas com o Guerreiro. Pretos, Exús, Cavalos e outros entes. A tentativa do inimigo era que o Guerreiro confundisse tais entidades externas com as quais têm em si mesmo. Uma tentativa de aquisição dos mesmos espíritos ao negar o Guerreiro.

O fato é que, naquela ocasião, em uma cerimônia real e  imaginária ao mesmo tempo, o guerreiro havia se esvaziado por completo. Os entes com os quais trabalha, permaneceram guardados de forma oculta no subconsciente. Apesar disso, o guerreiro teve sérios problemas relacionados à fé. O que lhe fez passar por dificuldades e ter problemas no mundo dos relacionamentos. Familiares, amistosos e profissionais.

Sabendo deste detalhe, após uma segunda tentativa do mesmo tipo, o Guerreiro, ao desmontar o trabalho, descobriu que seus verdadeiros entes permanecem em si mesmo (no próprio ser Guerreiro). E que, aqueles os quais se presentam no mundo exterior,  desejam, de fato, juntar-se ao Guerreiro.

Desta forma, o Guerreiro formalizou o convite aos entes no testemunho do Caboclo: 'Vocês estão convidados a juntar-se a nós para que juntos possamos lutar na construção de um mundo melhor a partir da mudança de atitude e da transformação do ser'.

A partir daquele momento, sabendo que tudo está no ser, o Guerreiro entendeu que tens de assimilar tudo o que lhe for apresentado no mundo externo. Incorporando ao âmago do ser interior. Da mesma forma que tens, também, de exteriorizar, em sua produção cultural, algumas coisas que cria dentro de si e podem ser úteis ao mundo.

O Guerreiro se encontrou longe de ser o mesmo a partir daquele momento. Contudo, o mesmo e o outro; O igual, o semelhante e o diferente; Agora foram assimilados em comunhão total. A ata foi selada pela conversação oculta nas entrelinhas. O próprio Caboclo, os Pretos e os Exús, se tornaram um com o Guerreiro.

J.P.D.

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