sábado, 15 de fevereiro de 2014

Fins de semana


Geralmente aproveito os fins de semana à noite pra fazer a mesma coisa que faço no mesmo horário durante a semana. Produzir algo, criar conteúdo, estudar coisas novas ou consumir cultura (filmes, documentários e seriados). Sinto que são poucas as pessoas que compreendem esta escolha que venho fazendo há um bom tempo. Isso me preocupa, pois me torna um tanto anti-social. Neste sentido, geralmente per perguntam se teria algo contra a diversão; Se sentiria falta das festas que tanto frequentei durante a adolescência; Ou se teria algum problema com bebida. Então, cá estou pra esclarecer tais questões.

O fato é que há momentos em que saio da rotina. Na noite passada, por exemplo, resolvi passear pela noite de Porto Alegre. Estive em alguns bares e entrei em uma balada. Ali conheci uma moça, bebemos, dançamos e viemos pra casa. No dia seguinte, mesmo sem arrependimento, refleti bastante sobre minhas escolhas neste contexto. O que tenho a ganhar ficando em casa e o que teria a perder saindo à noite.

Traduzindo em números, o resultado do que muitos chamam de 'balada saudável', me deparei com a seguinte situação. 1 - Sair, dançar, beber, lanchar e utilizar o serviço de taxi, me custou pouco mais de cem reais. O que, pra mim, é bastante no momento. 2 - Ao invés de acordar as oito da manhã, como de costume nos sábados e domingos, ler um bom livro, fazer uma faxina caprichada, lavar roupas ou simplesmente fazer uma caminhada na orla, acordei após o meio dia. 3 - Quando fui fazer meu treino de corrida no fim da tarde, senti uma assustadora diferença na disposição física. Ou seja, beber não combina com atividade física.

Apesar de não ter problema com álcool; Ser forte pra bebida ao ponto de chegar sóbrio em casa, na maioria das noites em que exagerava no passado (Entende-se por exagero aquele consumo que ultrapassa o despertar da 'falsa alegria', gerando outros sentimentos - Conforme especialistas, o 'bebedor social' é quem bebe, no máximo, uma vez por semana - Enquanto, beber com moderação seria consumir o equivalente a, no máximo, uma lata de cerveja ou um cálice de vinho); Fortaleço cada vez mais minha posição em relação às festas e bebidas na fase atual em que vivo. Confesso que gosto de sair à noite. Me divirto; Conheço pessoas; Faço amizades e aproveito uma alternativa de descontração após a semana de trabalhos, estudos e academia. No entanto, assumo que ficar em casa, olhar um bom filme, escrever no blog, dormir logo após a meia noite, acordar cedo e fazer algo produtivo, ganhando os fins de semana logo pela manhã, me é muito mais vantajoso e lucrativo.

Sei que parece difícil entender. E até acredito que o fato de evitar bebidas alcoólicas e saídas noturnas, me afasta, em parte, da possibilidade de iniciar um relacionamento com uma 'pessoa normal'. Pois as 'pessoas normais' saem nos fins de semana; Bebem, dançam e se divertem na noite (talvez eu precise buscar alguém de outro planeta). Mesmo me considerando uma pessoa normal, me encontro em um contexto de anormalidade. De algum modo, vejo este modo alternativo de viver  (longe das festas e álcool) como uma forma racional, inteligente e consciente de lidar com o prazer e os compromissos.

Neste sentido, tenho buscado, em dias normais, outras formas de me divertir. A própria atividade física; Um chimarrão no parque; Um filme no cinema; Jantar fora, cedo da noite; Ir ao clube nadar; Curtir a praia e retornar no mesmo dia; Produzir textos, fotos e vídeos; Cuidar da casa; Etc. Todavia, já pensei diferente em outros tempos. Em outra época, dificilmente estaria decidido a ficar em casa em um sábado a noite (como estou agora).  De outro modo, cada vez que tento resgatar um pouco da vida boêmia dos meus vinte e poucos anos, percebo que me convém deixar tais costumes no passado. Estou solteiro sim. E no melhor momento de minha vida. Pois aprendi a ser a companhia que tanto busco e valorizo. Dificilmente alguém ocuparia este lugar. Contudo, nunca sabemos quando vamos nos apaixonar. Mesmo assim, afirmo ser esta a última de minhas preocupações. Pois, quando estou só, me sinto muito bem acompanhado.

De toda forma, cabe salientar que o amadurecimento só é possível quando deixamos de pensar de um modo, pra pensar e agir de outro modo mais racional e efetivo. Mesmo assim, posso dizer que me diverti bastante na noite passada. Dancei, bebi e conheci mulheres. Contudo, confesso que me sinto muito mais responsável quando uso as noites pra dormir e as manhãs pra produzir. Incluindo Sábados e domingos. Quanto à noite de hoje, me cabe fortalecer na prática tudo aquilo que penso de fato. Uma oportunidade única, de fazer a escolha certa, neste e nos próximos fins de semana.

J.P.D.

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