segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Em legítima defesa


Durante séculos, as elites dominantes (elites culturais, econômicas e políticas) vem calando a voz do povo. O atentado à liberdade de expressão levou à tristeza, depressão e suicídio (precisamos nos curar e livrar destes males), milhares de comunicadores espontâneos em todo o mundo. Pessoas que tiveram a iniciativa de protestar. Que foram perseguidas por falar de forma direta e enérgica aquilo que pensam. E, mesmo na era dos prossumidores, ainda sofremos deste mal.

As mídias sociais são um espaço destinado ao povo. Aqui podemos falar o que quisermos, do modo como quisermos. Seja através de textos ou da linguagem audiovisual. Contudo, muitos internautas sofrem da discriminação. Devido ao que postam nos sites pessoais e nas redes de interação mediada.

Precisamos acabar com isso. A produção multimídia tem de ser livre da perseguição externa. Se é que vivemos em um mundo democrático e livre. Um trabalhador deve ser avaliado pelo seu trabalho. Um estudante tem de ser avaliado pela seu desempenho, frequência, assiduidade, pontualidade e participação. O internauta tem de ser visto  e respeitado como o ser humano que é, ao invés de ser perseguido pelo que posta nas redes. Precisamos dar voz ao povo ao invés de calar aqueles que têm iniciativa.

Falo isto, pois, como produtor multimídia alternativo, sofro de algo semelhante. Com mais de trezentos vídeos compartilhados na plataforma do YouTube, retirei do ar cerca de duzentos vídeos (os quais mantenho ocultos) pelo fato de me preocupar com o que as pessoas iriam falar nos lugares onde compartilho minha presença de forma profissional. Acordando de madrugada com o medo de ser punido por falar o que penso. De ser enérgico, direto e usar palavras fortes.

A blogueira Yoani Sánchez postou em seu blog o seguinte trecho, o qual faço uso por pensar de acordo em relação a produção que venho fazendo nas plataformas de mídias sociais: “Nenhuma das ajudas recebidas (...) condiciona minha voz e meus temas. Continuo sendo o ‘elétron livre’ (...); Se você quer ajudar, é bem vindo. Se quer controlar minha escrita, perde seu tempo”.

Faço uso das palavras de Yoani, pra fazer o contrário do que vinha fazendo. Deixar de retirar meus vídeos do ar por ter feito uso de expressões agressivas ou palavras obscenas, em respeito a aqueles que, por outro lado, deveriam respeitar minha iniciativa. Sei que abordo, por vezes, temas polêmicos através de uma visão particular. No entanto, vivemos em uma democracia. Inexiste espaço para ditaduras e perseguições. Mas sim, há lugar ao livre direito de expressar-se.

Nos lugares onde houver peso justo, serei avaliado pelo meu trabalho. Da mesma forma, como bom aluno, hey de ser percebido pelas qualidades que legitimo em aula, tais como a frequência, pontualidade, assiduidade e participação. Os homens de respeito irão olhar por este lado, ao invés de preocuparem-se com simpatia ou atividade extra curricular. E me recompensar pelo que venho fazendo como profissional, independente do que venho postando nas mídias. Neste sentido, prometi pra mim mesmo, independente de meus compromissos como pesquisador e jornalista, fortalecer cada vez mais minhas investidas como blogger e vlogger. Mesmo que pra isso tenha de chocar e revoltar alguns 'nada simpáticos' (e nada receptivos ao novo) colegas de profissão. Por fim, gostaria de dizer que, em vez de um ataque (como muitos falam), este é um texto em legítima defesa.

J.P.D.

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