quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Poesia, Filosofia e Magia - Na armação do mundo tecnológico


Certas questões movem a inspiração filosófica humana. A poesia por exemplo. De que se trata? É uma razão ontológica? Enquanto a ontologia é a parte da metafísica que trata da natureza, realidade e existência dos entes. Me pergunto: E se formos estudar a televisão. O que é a televisão?

O epistemológico pode ser o conhecimento de alguma coisa. Mas pela discussão ontológica, precisa haver alguma coisa antes. Mas antes do que e de quem? Se a poiésis tornou-se sinônimo de poesia. Enquanto, antes, poiésis significava produção. Pergunto novamente: O que é a poesia? Construção, rima, mágica ou magia?

Tudo aquilo que era produzido entrava no campo da poiésis. A poiésis é originária da physis. Enquanto a palavra surge como uma formatação do som. Uma organização do som. Um código a nomear coisas. De certa forma, a palavra é um ente. Portanto existe.

Nós inventamos o homem. Mas quem somos nós? O ‘nós’ é uma grande interrogação. O homem (humano) é um ente o qual surge a partir de um processo. O homem é uma ideia. O ser é uma ideia.

Segundo o cristianismo, o homem é uma alma imortal. As religiões nos prometem uma vida ‘no céu’ a partir do cumprimento de nossa missão no plano terreno; E a eternidade. Enquanto a técnica é um processo determinado por uma forma de conhecimento. O legítimo determinismo tecnológico.

Se a técnica é metafísica; E se encontra no plano metafísico. O universo humano é pré-reflexivo. Tem tudo a ver com a essência poética e criadora do mundo. A ciência moderna utiliza uma linguagem originalmente poética pra transformar o mundo.

O mundo tende a ser visto como imagem, pois se define sob o ponto de vista do conhecimento como aquilo que aprendemos como imagem. Neste ambiente emerge a armação.  E a técnica surge como uma forma de saber. Um conhecimento.

Na construção de si, ou somos fruto passivo e conseqüência de um processo de armação, ou somos agentes ativos da técnica. Um misto de ambos. Dependendo da situação.

Nosso destino está pré-estabelecido. No entanto, os filósofos se preocuparam em entender o cosmos, enquanto o necessário é transformar o mundo. O homem surge com animal trabalhador, como animal consumidor, como animal prossumidor, etc. E a evolução continua.

De algum modo, participamos da construção social do ser a partir da interação na esfera pública. O homem como cidadão. A política e a ética. Quando o conhecimento se torna uma forma de exercício do poder.

No império da armação; Da tecnologia e da ultra física; O homem possui o dom da palavra. O modo do ser. Imagem. Ilusão. Então; O que é o pensar? Fugir um pouco da palavra? Focar nos questionamentos e nas reflexões?

Os gregos não se questionaram a fundo o que é o pensamento. Algo individual e supra pessoal. Toda vontade? O sentir? Em algum momento o pensamento se torna consciência. De algum modo, o pensamento não é uma coisa; É uma entidade metafísica.

O acesso do ente (homem) à sua origem parte do criar, recriar-se e se revelar-se. Enquanto o tempo existencial seria o pensamento. Em algum momento, o homem pensa como ente (mas nem sempre como senhor de si). Na busca da essência, descobrirmos quem somos. Ou buscamos descobrir.

A máquina cibernética surge como produto da técnica. A tecnologia se entrincheirou em nossa história. Redescoberta na relação do ser com a própria essência. A cibertização é um processo recente. A conversão do técnico ao tecnológico. O controle da informação e a informatização do conhecimento.

O pensamento é tecnológico (antes fosse o senhor da técnica). O sentido diz respeito aos limites do mundo. A palavra serve pra elaborar a existência. A criação do sentido surge com a formulação da palavra. E neste universo, o ser torna-se funcional. Em uma sociedade mecânica e automatizada. Inaugurando o mundo tecnológico.

J.P.D.

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