quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Entes, Mundo e Universo


Segundo os gregos, o mundo (phisis) é a composição de todos os entes (entidades) que coexistem em um mesmo espaço. Estes entes, por sua vez, são definidos pelas palavras (logos). São as palavras que definem identitariamente os entes. Neste contexto, os entes são tudo aquilo, todos aqueles, sobre o quais podemos falar (em definição). Assim sendo, o homem foi definido como ente por muitos filósofos durante séculos. Contudo, defendo a ideia do homem complexo, concebido como mundo. Ou, até mesmo, universo.

Sendo o homem dotado de subjetividade, ou subjetividades (a medida em que varia a forma de pensar, sentir e ver o cosmos), pode ele também ser compreendido como mundo. Por sua vez composto por um conjunto de entes próprios.

Esta visão plural sobre um ser singular revela certa característica de multiplicidade identitária. Uma vez que o homem pode ser visto como um mundo composto pelos próprios, e exclusivos, entes. Assim sendo, o homem deixa de ser resumido a mero ente, e passa a ser compreendido como mundo. 

O mesmo homem, quando composto pela união de dois ou mais mundos, ou digamos, conjuntos de entes distintos e independentes entre si, passa ser compreendido como universo. de pluralidade múltipla e infinita, uma vez dotado de capacidade de criação dos próprios entes. 

De algum modo, podemos dizer que nós, enquanto homens, podemos ser definidos de três formas. Como entes (aquilo que é uma coisa só), mundo (conjunto de entes próprios) e universo (composição de dois ou mais mundos de vida própria, ou conjunto de entes independentes, em um único ser).

O ser deixa de ser formatado como um único ente quando é capaz de configurar-se de formas distintas. Como por exemplo, assumir-se de forma intercalada, como si mesmo (ente particular), como seu contrário (o oposto da subjetividade identitária) e como seu igual (uma cópia de si mesmo). Com esta tríplice temos um conjunto simples de entes independentes em comunhão. Ou seja, um mundo.

Contudo, a partir da conjunção de mundos independentes (com vida própria plural múltipla em isolamento) em comunhão, podemos compreender o indivíduo como universo. Uma vez em que um mundo (conjunto de entes) existe sem o outro (abaixo, a frente, acima, ou de qualquer outra forma independente) e mesmo assim coexistem no mesmo ser. De toda forma, ainda sabemos pouco sobre o homem, seja como ente, mundo ou universo. O certo é que ainda temos muito a descobrir, compreender e incorporar.

J.P.D.

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