quarta-feira, 27 de junho de 2012

A Lei dos irmãos


Nos estudos de hoje acabei lendo um artigo de Michel Maffesoli, publicado na Revista FAMECOS em janeiro de 2012, intitulado 'A lei dos irmãos'. O artigo em questão me colocou a reflexão sobre o entendimento de nossa espécie como criaturas semelhantes. Somando meu entendimento à visão de Maffesoli pude chegar à outras observações que compartilho neste texto.

Maffesolli coloca a identidade humana como aquilo aproximado ao que cada pessoa sente na outra. Conforme coloca o autor, 'não somos aquele que se vê pelo espelho e sim aquele que se reconhece no olhar do outro'. Maffesoli quer dizer que os semelhantes se reconhecem face-a-face. 

Partindo da filosofia, e das religiões monoteístas que acreditam em um único Deus supremo, e partindo para  a lógica podemos chegar a uma conclusão mitológica do imaginário e da realidade.

Se Deus está em tudo e tudo está em Deus. E Deus está nas pessoas. Podemos concluir que as pessoas e Deus coexistem sob a mesma forma, enquanto completas. Deixar algo de fora deste círculo seria quebrar a totalidade. Até que nos reconheçamos mais uma vez completos e semelhantes.

Maffesoli cita ainda no artigo os demônios gregos. Hypnos e Eros. Estando nos homens, um adormece enquanto o outro se mantém acordado. A situação a que me proponho observar é que em cada ser, o seu 'eu', o seu 'outro' e o seu 'mesmo' coexistem como um só. O que podemos exteriorizar, podemos interiorizar. Enquanto o externo e o interno coexistem tornando-se uma coisa só. 

Nos relacionamentos as pessoas não buscam mais a sua metade. Mas outro ser completo, que lhe reconheça como um semelhante e desfrute dos mesmos poderes. A sintonia entre as pessoas não mais se reduz a química. Podemos dizer que agora está imersa na magia. 

Não são mais peças de um quebra-cabeça, Mas sim tabuleiros completos que se encaixam perfeitamente. Religando os seres aos ritos ancestrais, astros do universo, animais, plantas e outros elementos. Num religare entre cada um e o ser supremo. Algo único e inexplicável. Neste sentido pais e filhos se reconhecem como irmãos para entrarem juntos na esfera da semelhança, onde criador e criatura são um só.


J.P.D.

Nenhum comentário:

Postar um comentário