Todos sabemos que em um processo normal
de comunicação são três as pessoas do discurso. Quem fala, com quem se fala e
de quem se fala. Mas não necessariamente os interlocutores seriam mais de um.
Podemos falar de nós mesmos conosco mesmos.
Entende-se por diálogo a interlocução
entre dois logos. Mas isto não impede que você fale consigo próprio. Parece
algo anormal e até mesmo cômico. Mas todo mundo já se viu em algum
momento falando sozinho. Mesmo que seja em pensamento.
É possível que nos desdobremos em mais
de um. Às vezes vivemos paradoxos e contradições da duplicidade de intenções e
opiniões. Há um lado que quer comprar aquele vestido novo. Há o outro que quer
economizar para a viagem de férias. E um terceiro que analisa as duas
propostas, cria um dialogo e toma uma decisão. Independente de basear-se no
impulso, na conveniência do planejamento ou em uma terceira opção.
Podemos nos desdobrar em muitos mais, colocando-nos em encruzilhadas que
por um lado podem multiplicar as escolhas e por outro podem nos trazer a
estagnação da dúvida e da indecisão.
O principal de tudo isto é ter uma boa
relação intrapessoal. Ou seja, eu ser o meu melhor amigo. Eu buscar me
entender. Eu tentar me ajudar. E encontrar o entendimento entre o que penso, o
que sinto, o que imagino e o que realmente é real. Falar sozinho, seja através
de uma gravação, da escrita ou do simples ato de pensar em voz alta, ao
contrário do que parece, não é loucura. Mas sim uma forma prática de buscar o
autoconhecimento e aprimoramento do relacionamento intrapessoal.
Juliano Dornelles
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